Você sabe distinguir em uma frase o adjunto adnominal do predicativo do objeto?

Se sua resposta for negativa, convido-o a ler este artigo.

Olá, pessoal, tudo bem?

Discorrerei sobre a diferença do adjunto nominal e do predicativo do objeto. Muitos estudantes, concusandos e vestibulandos têm uma certa dificuldade em distinguir se o termo é adjunto adnominal ou se é predicativo do objeto.

O adjetivo como adjunto e como predicativo

Inicialmente, é importante saber que a dúvida surgirá se o termo for um adjetivo. Isso porque o adjetivo, de per si, exerce a função de adjunto adnominal. Em alguns casos, funciona como predicativo do sujeito ou predicativo do objeto. Vejamos alguns exemplos:

A moça bonita entrou no quarto. (bonita – adjetivo) – função sintática: ADJUNTO ADNOMINAL. Observe que o adjetivo “bonita” qualifica o substantivo “moça”. Quando o adjetivo vem próximo ao substantivo, a função é de adjunto adnominal. Só para destacar: em ADNOMINAL, o prefixo AD quer dizer junto (ADNOMINAL = JUNTO AO NOME).

A moça estava aflita. (aflita – adjetivo) – função sintática: PREDICATIVO DO SUJEITO. Observe que o termo “aflita” (adjetivo) refere-se ao termo “moça” (substantivo), SUJEITO da oração. Entre os termos “moça” e “aflita”, há um verbo de ligação “estava” – ESTAR. Quando há verbo de ligação, diz-se ter um predicativo do sujeito.

Nos exemplos acima, não houve dificuldade de identificar a função do adjetivo como adjunto adnominal, no primeiro exemplo, e como predicativo no segundo exemplo. A dúvida ocorrerá o adjetivo fizer referência a um objeto direto. Nessa situação, haverá a necessidade de distinguir o adjunto adnominal do predicativo do objeto.

Adjunto adnominal ou predicativo do objeto

A jovem moça vestiu uma calça suja.

No exemplo, o termo destacado “suja” é um adjetivo e se refere ao substantivo “calça”. Nesse caso, estamos diante de um adjunto adnominal ou de um predicativo do objeto?

Para respondermos a essa pergunta, basta apenas deslocar o termo “suja” para o início da frase.

Ao deslocarmos o termo, se ele continuar se referindo ao substantivo “calça”, garantindo a ideia de sentido, teremos um predicativo objeto. No entanto, ao deslocarmos, se ele perder a referência e prejudicar o sentido da frase, estaremos diante de um adjunto adnominal.

Verifiquemos a inversão do termo:

Suja a jovem moça vestiu uma calça. 

Ao invertermos o termo “suja”, a frase perdeu o sentido. O adjetivo parece se referir a “jovem moça”, como se ela fosse suja, e não a calça.

Outra indicação é buscar substituir o termo por um pronome oblíquo átono. Ao substituirmos por um pronome oblíquo átono, o adjetivo desaparecerá. Assim:

A jovem moça vestiu uma calça suja.

Vamos agora substituir o termo “uma calça” por um pronome oblíquo tônico.

A jovem moça a vestiu.

Veja que, ao utilizarmos o pronome obliquo átono “a”, o termo “suja” (adjetivo) não permaneceu na frase. Quando isso ocorre, temos um ADJUNTO ADNOMINAL.

Em relação ao predicativo do objeto, ocorrerá o inverso. Ao deslocar o adjetivo para o início da frase, ele manterá a relação com o substantivo a que se refere e a frase terá o sentido mantido.

Veja o seguinte exemplo:

O diretor da empresa considerou sua atitude equivocada.

No exemplo, o termo destacado “equivocada” é um adjetivo e se refere ao substantivo “atitude”. Nesse caso, estamos diante de um adjunto adnominal ou de um predicativo do objeto?

Para respondermos a essa pergunta, basta apenas deslocar o termo “equivocada” para o início da frase.

Ao deslocarmos o termo, se ele continuar se referindo ao substantivo “atitude”, teremos um predicativo do objeto. No entanto, ao deslocarmos, se ele perder a referência e prejudicar o sentido da frase, estaremos diante de um adjunto adnominal.

Verifiquemos a inversão do termo:

Equivocada o diretor da empresa considerou sua atitude. 

Ao invertermos o termo “equivocada”, constatamos que continua se referindo ao substantivo “atitude”, e o enunciado não perdeu o sentido original. Conclui-se, portanto, que, nesse caso, estamos diante de um PREDICATIVO DO OBJETO.

Escrevendo com a devida pontuação, a frase invertida assim ficaria:

Equivocada, o diretor da empresa considerou sua atitude.

Outra indicação é buscar substituir o termo “sua atitude” por um pronome oblíquo átono. Ao substituirmos por um pronome oblíquo átono, o adjetivo não desaparecerá. Vejamos:

O diretor da empresa considerou a sua atitude equivocada.

O diretor da empresa considerou-a equivocada.

Veja que, ao utilizarmos o pronome obliquo átono “a”, o termo “equivocada” (adjetivo) permaneceu na frase. Quando isso ocorrer, teremos um PREDICATIVO DO OBJETO.

Bons estudos e até o próximo artigo.